Olá, tudo bem? Ao ver o dia se despedir da noite me ocorre a necessidade de refletir sobre as despedidas. Assim como a folha se despede da árvore, a alma humana se despede de lugares, experiências, sentimentos,crenças, tempos e pessoas. Tanto para voltar a aventura terrena quanto para retornar ao Lar Verdadeiro, há sempre a inevitável e dolorida despedida. O adulto se despede da infância assim como a cada novo aprendizado nos despedimos do que éramos e sabíamos. Essa condição nos atravessa em tantos momentos e mesmo assim não nos acostumamos. E por que? Talvez porque não saibamos o que fazer com a lacuna que fica. Talvez porque dentro da nossa racionalidade humana não nos sentimos parte dos ciclos naturais e a despedida encerra o fim permanente e severo de algo. A isso ensinam os espíritos: “a árvore não se apega a folha. Ela segue o curso de sua existência e, ao se despedir de sua parte, permite que o ciclo da vida se faça…com o tempo, ela se nutre do que volta à terra: água, sol, folhas… ao se transformar com a despedida, a vida da árvore se nutre de outras vidas. Assim é o tecido da existência.” E para nos? qual seria o maior aprendizado na ação do despedir - se? Por experiência e reflexão, ouso dizer que a continuidade da trajetória depois de tanto me despedir me parece mais um grande exercício de fé na inteligência que orienta os caminhos e de devoção à Vida. Mas também, ao refinar meu olhar junto aos espíritos, percebo que há grande amorosidade em reconhecer que igualmente nos nutrimos do legado de outras vidas. Não há o fim. Não há. Se despedir é transformar-se tbm para nos. O que me ocorre é que muda a forma mas não a essência da vida. O trabalho mediúnico e o refinamento progressivo da nossa espiritualidade nos permite caminhar e perceber essas sutilezas. A isso, agradeço.

Axé! Abraço fraterno!&nbsp

Nelly

Nelly Souza é Dirigente e presidente do Instituto Espiritualista Tenda Caboclo das 7 Encruzilhadas